Nestlé demite CEO Laurent Freixe após investigação sobre relacionamento com subordinada
A Nestlé demitiu nesta segunda-feira (1º de setembro de 2025) seu CEO, Laurent Freixe. A Reuters informou que a decisão ocorreu exatamente um ano após ele assumir a liderança da companhia.
Investigação e decisão
Uma denúncia feita na hotline interna levantou suspeitas ainda na primavera europeia. A primeira apuração não encontrou provas, mas novas evidências levaram o conselho a abrir uma segunda investigação.
O presidente Paul Bulcke e o diretor independente Pablo Isla conduziram o processo, com apoio de uma consultoria externa. Eles confirmaram que Freixe mantinha um relacionamento com uma subordinada direta. O executivo havia negado a ligação em conversas anteriores, o que agravou a quebra de confiança.
Portanto, a Nestlé decidiu demiti-lo sem oferecer pacote de saída ou bônus de compensação.
“Esta foi uma decisão necessária. Os valores e a governança da Nestlé são fundamentos sólidos da companhia”, afirmou Bulcke.
Novo comando
Em seguida, a empresa anunciou Philipp Navratil como novo CEO. O executivo trabalha na Nestlé desde 2001 e já ocupou posições em auditoria, operações internacionais e na unidade global de café. Mais recentemente, comandava a Nespresso.
A escolha buscou garantir continuidade e estabilidade. Entretanto, Navratil enfrenta grandes desafios. Ele precisa recuperar a confiança dos investidores, além de lidar com pressões externas, como as tarifas comerciais dos Estados Unidos e a concorrência crescente de rivais globais.
Impacto no mercado
As ações da Nestlé caíram 17% nos últimos 12 meses, resultado inferior ao de concorrentes e do mercado em geral. Analistas do JP Morgan avaliaram que a nova troca de liderança mantém em aberto incertezas sobre a direção estratégica da companhia no médio prazo.
Além disso, a mudança aumenta a percepção de instabilidade, já que o antecessor de Freixe, Mark Schneider, também havia deixado o cargo de forma abrupta.
Contexto global
O caso da Nestlé se soma a outros episódios recentes no setor de bens de consumo. Em 2025, Unilever, Diageo e Hershey também trocaram seus CEOs. Por outro lado, empresas nos Estados Unidos enfrentaram situações semelhantes: Ashley Buchanan, da Kohl’s, e Andy Byron, da Astronomer, perderam os cargos após envolvimento com subordinados.
Esses episódios mostram que a conduta de líderes empresariais está sob escrutínio crescente. Portanto, deslizes éticos podem custar caro, tanto para os executivos quanto para as empresas que comandam.
Com a saída de Laurent Freixe e a ascensão de Philipp Navratil, a Nestlé tenta reforçar sua imagem de transparência. Ao mesmo tempo, precisa reconquistar a confiança do mercado e avançar em seus objetivos estratégicos em um cenário global desafiador.
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